segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Despertar

Há séculos não escrevo nada por aqui e isso é resultado da busca em redescobrir, redesenhar e exteriorizar uma pessoa nova.A iniciativa parece começar a dar certo agora!
Sinto-me síntese dos meus erros, fundidos aos acertos acumulados nesta trajetória. Percebo enfim que despertar não é uma oportunidade divina ou mérito de poucos. É, pelo menos para mim, necessidade! 
É como respirar após mergulho, como chorar quando se tem saudade. É não ter medo de olhar para o que já escreveu com o correto e importante olhar crítico! Por que este olhar...
Este olhar toca sua ferida mais profunda, te tira do transe. Querendo ou não, parece um puxão de orelhas ao bom estilo mamãe, papai...
Acerta você em cheio com um projétil e sabe exatamente a direção que o tiro deve tomar. Tem sua intenção como resultado, por que te acorda em função do som, do cheiro, das cores e das esperanças renovadas neste grande solavanco. 
Despertar, começar de novo, não desistir, resistir, lutar. Aprender que cada dia é mais uma chance é bom!
Vamos continuar?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Reveladora fuga

(Rafael de Ascenção)

Tentamos toda vez fugir pensando que a fuga nos define...
Tentamos toda vez mentir pensando que as mentiras nos agradam...
Tentamos toda vez nos proteger achando que a proteção vai nos fazer felizes...
Tentamos e erramos com a mesma velocidade com a qual nos despedimos do que realmente amamos...

Por isso...

Amo-te como quem respira o mais límpido ar...
Amo-te como quem espera o amor gratuito...
Amo-te, ao mesmo tempo, como quem não espera ser amado...
Amo-te como quem espera o certo no errado...
Amo-te como jamais me amei...
Espero-te como quem jamais esperou por si...
Desejo-te como jamais desejei alguém um dia...
 E por isso exalto-te como jamais queria...

Sonho como quem jamais sonhou...
Elimino-me como quem jamais se eliminou.
Defino-me como quem ama a mais
Desejo-te, como quem espera a paz.

De que são feitos os belos?



(Rafael de Ascenção)


Resolvi escrever sobre a beleza
Sem saber definir em tristeza, calor ou dor
Resolvi escrever e por isso continuo escrevendo

Resolvi resumir em poema o que não cabe
Não cabe de aperto, não cabe de agrado
Resolvi escrever por ser incapaz de permanecer calado

Resolvi esperar pelo sorriso ensolarado
Pelo olhar apaixonado
Pelo desejo que me cala

Acabei resolvendo pouco, ainda menos escrevi
Há um abismo de palavras a serem ditas
Também há o eco delas para se escutar...

Resolvi, então, resumir o que espero:
Que meus olhos, ouvidos, que meu corpo esteja vivo
No dia em que o belo não será apenas belo
Será resumo do que sinto por ti.

Confuso - Cansei, Perdi... E o que mais?

(Rafael de Ascenção)


Me cansei!
Cansei de imaginar um mundo com mais cores, cansei de esperar das pessoas novos amores, cansei de sonhar acordado, dormindo, meditando, almoçando... Acabei cansando...
Me perdi!
Me perdi esperando, divulgando, multiplicando em mim sentimentos meus como se recebesse dos outros. Me perdi quando olhei nos olhos e não fui entendido, quando deixei claro quem sou e não fui enxergado, quando me movimentei ao máximo para nos olhos dos outros parecer parado...
Imaginar? Sonhar? Esperar o que? De quem? A que preço?
Qual preço tem meu endereço?
Quanto valem minhas esperanças?
Elas de fato existem?
Cansei, perdi... E o que mais? Pra que mais?! Será que vale?!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Qual o seu partido?

Dos trabalhadores? Da social Democracia Brasileira? É Brasileira mesmo?! São tantos “[B]s” para tão pouco Brasil...
Ouve-se dizer que nosso país avança forte no regime da real democracia. Mas o que há de real e até que ponto nossos representantes são de fato democráticos?
Troca-se voto por promessa de emprego e olha que barato: Até isso não se cumpre!  Troca-se voto por promessas vazias, mas tem culpa o povo? Educado foi para discernir entre vazio e o objetivo? Entre o eficaz e o paliativo? Entre o sucesso da escolha e o descaso geral somado à defesa do interesse próprio?
Não há regime democrático de sucesso que se sustente no analfabetismo eleitoral técnico. Sociedade mal informada, sem senso crítico e juízo de valor desconhece seus direitos e, por conseguinte, conhece menos ainda qual a verdadeira razão para se apertar o CONFIRMA. Quem perde com isso? Quem perde é o país dos brasileiros quem também acabam por não saber cobrar.
E confiantes, seguem as legendas e seus “ [B]s de Brasis”. “[B]”s que não são meus, não são seus... Ano difícil esse! Exatamente por isso eu te pergunto: Qual seu partido? Está ao meio? Partido em quantos?
Utópica educação, por ti espero! Que não seja tarde e que me valha o sonho...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Amar o mundo é preciso



O menino e suas bolinhas 
(Rafael Ascenção - Ago.09)

Quem lê o título deste texto acredita que agora falarei como pastor, padre ou figura religiosa... Não que seja errado falar como eles. Suas razões, suas lutas quando embarcadas em ares nada radicais são de extrema importância para a construção de uma sociedade mais justa.
Muita gente nasceu sem saber o que é amar o mundo, pelo menos quando falo do peso de cada atitude que tomamos, a cada segundo quando acordados ou dormindo...
Menos pessoas ainda entendem o conceito escondido por trás da palavra mundo. E quando estamos bem próximos dessa descoberta de ignorância natural e vingativa é que começamos a repensar tudo o que fazemos, tudo aquilo que assistimos de errado sem propor uma nova lógica e é claro tudo o que deixamos de fazer ao longo do tempo para tornar os dias e noites do mundo melhores.
Olhar o mundo com preocupação é se perguntar sempre: Não há um lugar nas escolas para aquele pequeno que agora lança bolinhas na faixa de pedestres? E uma escola de circo comprometida com o caráter artístico perdido nos olhos vazios do menino descalço e suas bolinhas?
Deveria haver mais ‘Cirques du Soleils’ no mundo, com o perdão do uso indevido e políticos mais compromissados com a criança também.
É que a cena do menino sem futuro me agride. E me agride ainda mais profundamente a de quem acha graça ou se diverte. Se reconhecêssemos nessas crianças os futuros médicos, assistentes sociais, matemáticos, artistas, ginastas que eles poderiam ser, não venderíamos seu futuro por um punhado de moedas.
É confusa essa dinâmica de ação equivocada da esmola e abstração da tortura humana causadas pela não revolta. A dor da criança que antes durava para mim apenas um minuto de sinal vermelho agora multiplica-se as eternas trocas de cores de uma tarde sem escola, sem saúde, sem família...
Voltando ao ponto de que somos capazes transformar o mundo quando propomos uma nova lógica que pode ser seguida de outra, e de outra e de uma ainda melhor,  o que proponho é que sejamos capazes de enxergar que nesse lugar carente de amor há um outro mundo de coisas que precisamos descobrir, numa imensidão de caminhos que podemos trilhar para frente ou para trás.
Proponha você também uma nova forma de ver, movimentar com revolta e solucionar sempre o que agride o nosso mundo.
Acho que talvez esta seja a proposta inicial. Qual seu próximo passo?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A imagem e a pressa

(Rafael Ascenção - Jun.09)


O silêncio era quebrado apenas pelo som dos teclados frenéticos. Tudo parecia igual a noite anterior e a utilidade mórbida das muitas interfaces digitais parecia mais uma vez me conduzir ao escravismo da imagem, ao ininterrupto mercado de valores que não são valores, ao nada...
Muito me perguntei outrora sobre o magnetismo da imagem, a ação dela nas minhas atitudes, a forma desprendida com a qual lidei com ela. Até me condenei por amar imagens, fazer delas um resumo do que sou sem entender o que se escondia por dentro de cada uma. Tudo isso para chegar a uma única conclusão.
A imagem é apenas um retrato editado daquilo que somos ou daquilo que queremos ser. Escolhemos o lugar, a posição, a luz e, por conseguinte, a mensagem que vamos passar de forma quase subconsciente. Há quem faça uso do máximo de realidade para se descrever em um quadro vazio, num desses álbuns eletrônicos de perfis perfilados em páginas de relacionamento. Há quem disfarce sua face na interface, mais que isso, distorça seus atos, seus passos, sua vida e tente defini-la em uma dezena de fotos como quem diz: Este sou eu, este é meu mundo, é assim que vivo, me ame! Sou transparente!... será!?
Quando me dei conta do vazio contido no nada pude ver o quão importante é um olhar, um toque e por que não a rotina?
Dar valor as imagens é quase uma regra nos dias de hoje. Vivemos em função da pressa, do trabalho, das tarefas inúteis que consideramos úteis, sempre esquecendo de parar para pensar, observar e ser observado, mudar o que deve ser mudado em nós e nas pessoas que amamos...
O que espero é que a pressa não defina seu próximo passo aqui, agora. 



Um beijo.